sábado, 5 de março de 2011

Blog de Nelma Figueiredo

Reproduzo aqui para vocês, com o maior prazer, o mais recente texto da excelente repórter, Nelma Figueiredo, publicado em seu blog no portal canalpb.com.
Li o texto e me identifiquei imediatamente! Estou nesse drama dos pontos!:0
Espero que apreciem:

"O Muído dos pontos"
Recentemente, acho que no MUÍDO DO TEMPO, revelei que houve uma época em que desejei  ter o controle dos ponteiros do relógio da minha vida, para fazer com que eles girassem mais rápido e eu conseguisse sair de uma situação que me incomodava.
Alterando o ritmo dos ponteiros,  eu também queria  conseguir saber , com antecedência,  o que a vida reservava para mim lá na frente...
Depois percebi que não adianta querer apressar as coisas e que  o melhor é mesmo esperar o tempo de Deus!
Mas agora minha nova utopia passou a ser   dominar  a pontuação, neste momento  em que me proponho a reescrever a minha história.
Já percebi que não consigo reescrever alguns capítulos ou partir para novos tempos porque estou sempre esbarrando em pontos que eu não domino.
Esta semana, o poeta @astier, um amigo que se tornou especial para mim, me disse que “quando a gente tenta o ponto final 3 vezes ganha reticências...”!
Na hora, ele conseguiu arrancar de mim uma exclamação!
Mas, em  seguida, me deixou cheia de interrogações. (???).
Acho que todos nós temos alguma história que nunca acabou...
Eu busco um ponto final há  muuuuiiiiittttos anos e estou quase convencida de que só consegui atingir as reticências...
E agora, onde vou  buscar o ponto final, se quanto mais eu tento encontrá-lo mais reticências vão surgindo nesta história?
Agora chega o poeta Astier para complicar ainda mais a minha vida.
Quer dizer que se eu continuar buscando o ponto final posso mesmo estar escrevendo uma história sem fim?
O que devemos fazer quando  perdemos o controle dos pontos capazes de mudar o rumo da nossa história e da nossa vida?
Eu preciso reescrever a minha história... Mas, antes, quero aprender onde usar exclamações, interrogações, vírgulas e como chegar ao ponto final sem o risco de ganhar as reticências...
Estes três pontinhos (...)  quase sempre representam  histórias sem fim que começam quando um ponto encontra outro ponto e juntos eles não encontram o ponto final !
Reconheço que este MUÍDO DOS PONTOS está muito confuso.
Acho que preciso voltar à infância. Foi nela que eu aprendi a escrever e lá parecia bem mais fácil usar a pontuação.
Vírgula, quando eu queria dar uma pequena pausa. Exclamação para expressar espanto! Interrogação para fazer um monte de perguntas e ponto final para encerrar qualquer história.
Na época, eu só usava reticências depois de etc.... Um recurso utilizado quando eu estava com preguiça de concluir melhor o raciocínio.
Por que agora parece tão  difícil concluir uma história?
Será que eu busquei  mesmo o ponto final , ou insisti em alguns erros só para criar  reticências...???

                                                 Nelma Figueiredo, no bloco dos Imprensados.

Apareçam

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