Acabei de ler, no facebook, um artigo que foi publicado no site www.brasiliaemdia.com.br, intitulado "TESTEMUNHA DO SILÊNCIO", e reproduzo-o aqui para que vocês leiam e repassem, a fim de que todos vejam o descaso que é o tratamento da UNIMED com seus usuários, em todo o país.
O referido artigo narra, resumidamente, o sofrimento da família do jornalista paraibano ALEXANDRE TORRES, que há quase quatro anos sofreu um AVC e permanece, até os dias atuais, em casa, sem reação alguma, vivendo vegetativamente, por erro médico, em síntese.
ALEXANDRE TORRES foi casado com minha prima Isabel Barroso, e tiveram quatro filhos: Alessandra, Carlos Alexandre, Andréa e Isabela.
Pelo que me lembro, desde os 07 anos, convivo com essa família (que também é minha, óbvio). A minha tia, Júlia Barroso (mãe de Isabel), é a única irmã do meu pai, e, quando ele separou de minha mãe, fomos morar na casa de meus avós maternos, que tinham poucas condições para ajudar minha mãe a criar três filhos sozinha, sem marido. E foi a minha querida tia Júlia quem pagou, por vários anos, os estudos meu e de minha irmã. Ressalte-se, que no melhor colégio da época aqui em João Pessoa, o Stella Maris.
Por isso e por tantas outras demonstrações de carinho e amor, cresci ao redor deles.
Minha tia era casada com um homem maravilhoso, Edmundo Augusto da Silva, e eles tinham um bom padrão de vida porque tio Edmundo era gerente do antigo Banco Comércio e Indústria da Paraíba (profissão bem remunerada em tempos idos), e assim, não media esforços para agradar a todos os sobrinhos e netos (que vieram com o passar dos anos).
Lembro-me de Isabel casando-se com ALEXANDRE TORRES, eu bem pirralha, e eles no terraço da casa de meus tios, com os convidados jogando arroz em suas cabeças a desejar-lhes felicidades! Nunca esqueço:)
Após anos, e quatro filhos, o casamento chegou ao fim, e ALEXANDRE TORRES partiu para Brasília a fim de trabalhar com Jornalismo e refazer sua vida matrimonial.
Mas, engana-se quem pensa que minha convivência com ele acabou por aí, não!
ALEXANDRE sempre foi um pai super presente. Todos os anos ele vinha para a Paraíba, por duas vezes ou mais, visitar a família, e eu sempre ali, junto dos meninos e participando dos encontros entre eles.
ALEXANDRE casou mais uma vez e teve outros dois filhos, Igor e Yan. Igualmente ao primeiro casamento, o segundo acabou.
Mas, como toda panela tem sua tampa, finalmente, ALEXANDRE encontrou o seu verdadeiro amor na bela pessoa de ANA MARIA BERMUDEZ, sua atual esposa que o acompanha há anos, mulher forte e aguerrida, que nesses anos de sofrimento nunca saiu de perto dele, cuidando com todo o amor e zelo possíveis.
Ao contrário da maioria dos casais que se separam, ALEXANDRE e Isabel sempre se deram bem, ambos formaram nova família, mas mesmo assim, se falavam, saíam juntos com seus respectivos cônjuges e criavam os filhos em conjunto, decidindo ambos, o que era melhor para cada um, em cada situação que surgia.
ALEXANDRE sempre me tratou muito bem, ele era brincalhão, bem humorado, de gosto refinado (adorava sapatos e gravatas de grife), jornalista atilado, viajava muito, bom pai, papo agradável, enfim, era um ser humano com mais qualidades que defeitos.
Quando fui morar em Brasília (1991/1993), foi ALEXANDRE quem me apresentou à culinária japonesa. Recordo que a onda japanese food estava no início, aqui em João Pessoa não tinha nada de sushi e sashimi, e foi ele quem me levou para conhecer um restaurante japonês de nome MITSUBÁ que fica, até hoje, no Hotel Naoum Plaza. Eu provei o sushi com salmão grelhado e gostei, mas, quando provei o sashimi, odiei!!hahaha... ALEXANDRE morreu de rir e disse que com o tempo eu iria gostar da comida exótica.
Dito e feito, adoro sashimi, sushi e afins:)
Nesses dois anos em Brasília estive várias vezes com ALEXANDRE e sua família, e sempre foram momentos de perfeita alegria. Não me lembro de ter brigado com ele alguma vez.
É isso! Fiquem com o texto:
"Há três anos, uma família carrega carga traumática, desde que o seu patriarca, no auge da sua vida e da trajetória profissional, aos 57 anos, sobrevive vegetativamente, em sua residência na Asa Sul. Trata-se de Alexandre Torres, um paraibano que veio a Brasília para conquistar seu terreno profissional, conseguindo espaço no competitivo Correio Braziliense, o principal jornal da capital da República, onde assumiu a chefia de reportagem e também assinou a coluna no jornal, demonstrando sua capacidade.
Filho de um jornalista, e com a mesma opção profissional do pai, ele foi requisitado por outros veículos de comunicação, até que o destino mudou tudo. O repórter bem informado, cheio de vida e planos para o futuro, de repente, deixou de lado a profissão a que se dedicava em tempo integral. O notebook, seu instrumento de trabalho, ficou obsoleto – referência de um profissional sempre ativo e de prontidão, disposto a interpretar como os fatos surgem e também como se desenvolvem socialmente, porque esse é o papel da imprensa.
Nos últimos três anos, Alexandre Torres está longe da intensidade de uma redação de jornal, tendo como cenário, em seu redor, em sua casa, um espaço que é semelhante a uma clínica, onde luta pela vida sob os cuidados de enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e fonoaudiólogos. Para mantê-lo nessa luta, sua família custeia mensalmente nada menos que R$ 15 mil, mesmo tendo, a partir de 2009, uma decisão do juiz João Luiz Fischer Dias, da Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, determinando que a Unimed Brasil custeie todos esses profissionais e seus respectivos procedimentos diários. No dia 16 de junho de 2011, quando a família do jornalista teria atenuado o seu sofrimento, ocorreu um impacto: depois de cinco horas de encontro, os advogados da Unimed não manifestaram qualquer interesse em fazer um acordo, que seria também cumprir a decisão judicial, em relação aos custos vencidos e vincendos.
O drama de Alexandre Torres e sua família começou no dia 23 de dezembro de 2007, véspera do Natal, quando passou mal durante uma missa, desmaiando. Ele foi levado para o hospital, onde a equipe médica constatando que o jornalista tinha sido acometido de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). No Hospital Unimed, atendido pelo neurocirurgião Werner Costa Cantanhede, foi submetido a cirurgia em caráter de urgência com o objetivo de drenar o sangue para diminuir a pressão intracraniana. Para isso, foi introduzida a Derivação Ventricular Externa (DVE), em uma cirurgia que foi um sucesso.
Diante desse quadro, foi requisitada a retirada do coma induzido, seguindo para o quarto. Mas, aconteceu, de acordo com a família, informada pelos relatos médicos, que o paciente se exturbou – expressão que significa a retirada do turbo responsável pela oxigenação, reação reflexa normal a todo paciente que desperta de coma induzido.
Isso causou o tempo suficiente para agravar a situação do paciente, deixando-o sem condições de reação e recuperação. Um detalhe importante: tentou-se, sem êxito, o procedimento de reentubação e, por solicitação do plantonista que atendia a UTI naquele momento, a traqueostomia de urgência, executada depois pelo cirurgião.
Como seu estado piorava, logo em seguida, foi diagnosticado o estado de consciência mínima, detalhado como nível três da escala de Glasglow, que significa a quase morte cerebral.
A advogada Isabela Torres lamenta que o hospital sequer acompanhe os pacientes que saem de coma induzido. Emocionada, sintetiza a dor dela e de toda família: “Além de ver meu pai sem rir, sem falar, sem andar, sem se expressar, sem interagir, nós, da família, temos de conviver com um ônus material altíssimo, sem saber até quando vamos suportá-lo. Como advogada me pergunto todos os dias: quando verei justiça?".
Isabela e Ana, filha e esposa, com Alexandre atualmente
Isabela e Ana, filha e esposa, com Alexandre atualmente
Minha prima, Alessandra, sua filha mais velha, está grávida, de 08 meses, de uma menina (seu segundo filho), e o nome da garota será ALEXANDRA, em uma bonita homenagem ao seu avô, ALEXANDRE TORRES, a quem, infelizmente, ela irá conhecer apenas na forma de um corpo inerte em cima de uma cama e com olhar distante. Uma pena:(
Sua dedicada esposa, Ana e seus três filhos: Andréa, Aless e Carlinhos
Alexandre e sua filha, Isabela, a advogada do caso na Justiça.
Que a justiça se faça e essa luta seja vencida!
6 comentários:
Rita,
Deu água na boca....
Quando eu for aí no final de agosto, vamos combinar de nos conhecermos lá para jantar?
Bjs,
Chris
Rita,
Fiquei emocionada e enfurecida com a história do seu tio.
Os planos de saúde viraram um SUS com ar condicionado, só visam o "vil metal". O meu que era considerado ótimo (CASSI), teve uma debandada geral dos médicos bons, a gente sabe o porquê, né?
Torço para que a justiça seja mais célere e eficaz, para pelo menos amenizar o sofrimento da sua família.
Bjs,
Chris
Rita, fiquei muito emocionada com a historia de Alexandre e espero que a justica seja feita e pelo menos o plano de saude pague os gasto que a familia esta gastando.
Muito legal, você como sempre escreve muito bem (devia seguir a carreira de jornalista ou escritora - leva jeito!) e me parece que puxou a memória de vovô, pois se lembra de fatos do tempo do rococó... Beijos do seu primo.
Carlinhos querido, adorei seu comentário! vc é ótimo:0 bjs
Minha amiga, somente hoje lí essa matéria. Confesso que fiquei com os olhos marejados, porque Alexandre, antes mesmo de ser meu ex-sogro, era um grande amigo. Fiquei muito triste mesmo com tudo isso. Bjs. Eudinho.
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