domingo, 21 de agosto de 2011

Twitter



Gente, estou viciada no twitter!
E isso não é bom, aliás, nenhum vício é bom:(
Entrei no twitter, em março deste ano, mas só acessava-o em casa, no meu PC. Daí, comecei a querer acessá-lo mais, e somente em casa, à noite, não me satisfazia; portanto troquei de celular, comprei um aparelho com conexão 3G somente para acessar o twitter o dia inteiro.


Com dois meses, já estava viciada a ponto de "tuitar" dirigindo!! Pois é, estou dirigindo e, ao parar no sinal vermelho, pego o celular e "tuito" alguma coisa!
é uma loucura!
Tento não usá-lo enquanto dirijo, mas a vontade é maior.
Eita, vício danado:)
Tuito em casa, na cama, vendo TV, no intervalo do trabalho, na hora do almoço, e, pasmem, até no banheiro!hahahaha...


Meu alívio é saber que não estou sozinha! Muitos amigos também estão nessa mesma 
"paranóia tuital" (acabei de inventar o verbo). Então, acompanhada na loucura, sinto-me menos mal:):)


Tenho um amigo que detesta twitter, e sua esposa gosta muito, daí quando ela começa a "tuitar" ele diz que ela está "TOLETANDO",hahahahaha...


Daí, lendo Antonio Prata, em seu blog, achei esse texto maravilhoso relacionado ao twitter, e que retrata muito bem nosso vício em redes sociais.
Reproduzo para vocês:


"Como todo mundo, eu comecei pelo e-mail. Algumas vezes por dia, no meio de um texto, minimizava o Word e abria o Outlook. Não é que eu estivesse à espera de alguma mensagem importantíssima – como percebi com o tempo, importa menos a mensagem do que a expectativa em relação a ela, o milionésimo de segundo em que vemos surgir aquela linha em negrito e pensamos: quem será? O que dirá? É como a bolinha girando na roleta, a carta deslizando sobre o feltro verde, em sua direção; o futuro numa compota; o porvir num grão de areia.


Percebi que a coisa estava fugindo ao meu controle quando me peguei, diante da caixa de entrada vazia, clicando ansiosamente no ícone “enviar e receber” — uma, duas, três vezes em seguida. Como todo viciado, inventava justificativas para não encarar a situação. Dizia a mim mesmo: se clico tanto é porque pode ter algum e-mail preso ali, nalgum gargalo eletrônico, precisando apenas de uma chacoalhada pra cair. Ou: vai que alguém me escreveu justamente um segundo depois da primeira clicada? É preciso tentar de novo, e de novo, e…
Enquanto fiquei apenas no e-mail, a vida seguiu sua marcha – um pouco mais lenta, claro, devido a tantas interrupções postais, mas seguiu. O e-mail, agora sei, é a maconha do mundo digital. Viciante, sim, mas não muito nocivo. A droga que iniciaria minha derrocada, a cocaína do mundo virtual, ainda estava para ser inventada: o Orkut.


Quando ele apareceu, em 2006, eu caí de nariz. Abandonava trabalho, família, interrompia sexo e refeições no meio só para percorrer, de um lado pro outro, eufórico, as catacumbas sem fim daquele inferno azul bebê. Brotava conhecido de tudo quanto era lado: primo que você não via desde 83, namoradinha da terceira série, a turma inteira do segundo B se comunicando: “não acredito, o Luba virou veterinário!”, “nossa, a Vanessinha ficou gostosa!”, “quem aí lembra da Mariana Leme, que espirrou na aula de ciências e voou meleca na professora?!”.
Quando a moda passou e percebi que se não via todos aqueles conhecidos havia duas décadas era por não termos mais patavinas em comum, já era tarde: estava completamente viciado em rede social.


Tentei me salvar. Saí do Orkut e disse a mim mesmo: vou me curar. Vou tirar os olhos da tela e recolocá-los no mundo. Veio o Myspace, eu ignorei. Vieram o Linkdim e o Flicker, não dei bola. Mesmo diante do Facebook, a rede de todas as redes, evitei a recaída. Até que surgiu o Twitter. “Que mal tem?”, me perguntaram os falsos amigos. “São só 140 caracteres! Experimenta, todo mundo usa: O Obama, o Tom Waits, a Xuxa! Vai!” Eu fui.

Se o e-mail era a maconha e o Orkut a cocaína, o Twitter é o crack. Nos dois meses seguintes, eu fingi que trabalhava, eu fingi que conversava, eu fingi que vivia, mas minha cabeça estava todo o tempo pensando em sacadinhas para tuitar. Ouço um trovão, penso: “chuva, raio, São Pedro… O que pode haver de engraçado e curto, aí?”. Panetones surgem no mercado, começo: “panetones, natal, mercado, vamos lá, Antonio, o que dá pra escrever em 140 toques sobre o assunto?” Nos últimos meses, vi jogos de futebol, debates e a reprise de Vale Tudo com o lap top no colo, tuitando, retuitando, checando retuites, até minha cabeça dar tilt.

Foi no salvamento dos mineiros chilenos que me dei conta da gravidade da situação. Ao vê-los ali, nas entranhas da Terra, e ter o sentimento de solidariedade solapado pelo desejo de tuitar piadinhas, percebi que era eu quem estava no fundo do poço. Como o drogado que rouba a mãe para alimentar o vício, eu estava prestes a abrir mão da dignidade em troca de 140 caracteres engraçadinhos.
Nas 24 horas seguintes, enquanto a Phenix trazia os mineiros da escuridão da caverna para as luzes dos flashes, eu viajava de avião, barco e canoa para um vilarejo isolado, às margens do rio Tapajós, onde agora me encontro. Aqui não há computador, luz, nem mesmo caneta esferográfica. Escrevo essa crônica com um toco de carvão, num pedaço de papel de embrulho. Seu Leôncio, um garimpeiro amigo meu, é quem a enviará à Wish, por telex, em São Nonato do Caribó, cidade mais próxima. Espero que o isolamento funcione, pois do twitter, assim como do crack, só existem duas saídas: a cura ou a morte. Seja o que Deus quiser".

Antonio Prata.folha.blog.uol.com.br

Quem quiser me seguir no twitter: @ritabarroso


Apareçam.

Um comentário:

Elizabeth disse...

Desculpa ai, mas tudo que vc escreveu e postou sobre o twitter achei RIDICULO. Por que as pessoas nao se viciam na palavra de Deus??? Twitter nao leva a nada, eh coisa de quem nao tem o que fazer e no carro eh arriscar a vida por nada!! Se liga!